quarta-feira, 22 de setembro de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Indigenas: Jogos de Grupos Imitando Animais

Indigenas:
Jogos de Grupos Imitando Animais

São muito apreciados pelos indígenas jogos de grupos imitando animais. Entre os preferidos estão, segundo Koch-Grünberg (1979, p. 138-139):
1) Jogo de Gavião

Consiste em colocar meninos e meninas em fila grande, um atrás do outro, cada um agarrando o corpo do da frente. O menino maior representa o gavião. Este se coloca diante da fila e grita: “piu”, a chamada da ave de rapina que quer dizer: “tenho fome”. Logo, o primeiro dos meninos estende diante uma perna e, depois, a outra, e pergunta: “Quer isto?” Ele contesta: “Não”. E assim segue com os outros, até o último da fila. Ao último menino o gavião diz: “Sim”, e, então, trata de pagar o menino correndo para a direita e esquerda, ao longo da fila. Os demais procuram impedir, voltando a fila rapidamente de um lado a outro, momento em que os menores acabam caindo ao chão no meio do alvoroço. Se o gavião não consegue nada, tem que voltar a seu posto para tentar de novo. Quando consegue, leva triunfantemente o cativo para o lugar que é seu ninho, e prossegue o jogo até que o último tenha sido pego.

2) Jogo do Jaguar

Forma-se a cadeia de meninos e meninas como no jogo anterior. O maior representa o jaguar. Apoiado nas mãos e uma perna, com a outra perna estirada imitando o bicho, vai saltando e grunindo de um lado a outro, diante da fila. Os meninos cantam: kaikú si mã gele tape-wai (“este é um jaguar”), movendo a fila de lá para cá. De repente, o menino que representa o jaguar se levanta de golpe e trata de agarrar o último da fila. Os que são pegos passam a representar distintos animais, presas do jaguar, como o cervo, o javali, o jabuti, a capivara e outros.

O jogo do jaguar foi posteriormente divulgado pelo Conselho Nacional de Proteção aos Índios, em publicação denominada “Brinquedos de Nossos Índios”, publicada pelo Ministério da Agricultura.

3) Jogo do Peixe Pacu

A princípio é como os anteriores. Um menino representa o pescador. Os que tomam parte da cadeia, ao serpentear a fila, cantam: waitá ma-ge lé ta-pe-wai (“este é um pacu”). O pescador trata de correr ao longo da fila e tocar o último menino com um pedaço de cana ou madeira que representa a flecha.

4) Jogo do Jacami

Nesse Jogo, as crianças de mãos dadas formam longa fila e vão cantando: ye-matã paná po u’yo-ká la-mã! ta nã yakã i pi zulúz hm-hm-hm (“ao lado do caminho vão correndo os jacamis assustados”). Subitamente, todos saltam o mais rápido possível e voltam atrás.

Segundo Aurélio (1975, p. 793), o jacami é a designação comum a várias aves gruniformes da família dos psofídeos, gênero Psohia Crepitans, da região amazônica, cujas penas da cabeça são curtas e retas. Das sete espécies descritas para o gênero, seis existem no Brasil e se adaptam muito bem ao cativeiro, tornando-se autênticos vigias de terreiro ou de habitações de caboclos.

5) O Jogo dos Patos Marreca “wawin”

Como nos anteriores, forma-se uma fila grande, os mais fortes na frente vão correndo rápido para todos os lados, fazendo “schschwsh schbschwsch”, de modo que o extremo posterior da fila se agita e os pequenos caem com freqüência. De repente, todos param.
É a simulação do momento em que os patos entram na água. Em seguida, vêm os caçadores e os meninos maiores atiram: tac-tac-tac. Os patos, um, dois, três, aqueles tocados com a mão estendida, morrem e são levados como presas até que não sobre nenhum.
É um jogo que simula a caça aos patos.

6) Jogo do Casamento

Muito alegre e divertido. Frente a uma fila de meninas se encontra uma fila de meninos. A primeira menina pergunta ao primeiro menino, indicando sua vizinha: “queres casar com esta?” Ele responde: “Não, ela é feia”. Assim passa por toda a fila de meninas até chegar a última. Frente a esta o menino responde: “Sim”, e muda de lugar com ela. Depois se repete a cena. Há muitas cenas engraçadas e risadas.

Essa brincadeira continua presente no folclore infantil atual.






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Jogos Infantis / Tizuko Morchida Kishimoto – Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
Jogos Infantis: A Influência Indígena


O sentido do jogo como conduta típica de crianças não se aplica
ao cotidiano de tribos indígenas.
Atirar com arco e flecha não é uma brincadeira, é um treino
para caça. Imitar animais são comportamentos místicos tanto de adultos como de crianças, reflexos de símbolos totêmicos
antigos. Adultos e crianças dançam, cantam, imitam animais, cultivam suas atividades e trabalham para sua subsistência. Mesmo os comportamentos descritos como jogos infantis não passam de formas de conduta de toda a tribo. As brincadeiras não pertencem ao reduto infantil. Os adultos também brincam
de peteca, de jogo de fio e imitam animais. Não se pode falar
em jogos típicos de criança indígena. Existem jogos dos
indígenas e o significado de jogo é distinto de outras culturas nas quais a criança destaca-se do mundo adulto.
Curumim Yanomami montando seu arco
Entre algumas tribos, as mães faziam para os filhos brinquedos de barro cozido, representando figuras de animais e de gente, estas “predominantemente do sexo feminino”, nota o etnólogo Erland Nordenskiold, em estudos entre tribos do norte do Brasil. O que parece, entretanto, é que essas figuras de gente e de animais não são simples brinquedos, mas elementos de religiosidade.
A esse respeito, Kock-Grünberg (1979, p. 135) afirma que meninas de tribos de Roraima não possuem bonecas com formas humanas. Quando o pesquisador oferece uma boneca de louça as indiazinhas chamam-na de tupana, ou seja, “santo”, e utilizam-na como instrumento de adoração, cantando canções sacras que aprendem dos missionários.
Menina Marubo com
boneca industrializada

A tradição indígena das bonecas de barro não se transfere à cultura brasileira. Prevalece a boneca de pano, de origem talvez africana. Mas o gosto da criança por brinquedos de figuras de animais é ainda de traço característico da cultura brasileira, embora vá desaparecendo com a padronização das indústrias.
A prática de utilizar aves domésticas como bonecos bem como o uso do bodoque e do alçapão para pegar passarinhos e depois criá-los são tradições que permanecem na infância brasileira.
Essa característica também é comentada em 1847, por Fernão Cardim (1925, p. 155), quando se refere às brincadeiras indígenas:

Tem muitos jogos ao seu modo, que fazem com muito mais alegria que os meninos portugueses: nesses jogos arremedam pássaros, cobras e outros animais, etc., os jogos são mui graciosos e desenfadiços, nem há entre eles desavença, nem queixumes, pelejas, nem se ouvem pulhas, ou nomes ruins e desonestos.


Meninos Tukano brincam no rio Balaio - São Gabriel da Cachoeira, Amazonas
O predomínio de brincadeiras junto à natureza, nos rios, em bandos, é outra característica do modo de brincar indígena. É ainda Cardim (apud Freyre, 1963, p. 103) que descreve:

(...) os meninos de aldeia tinham feito algumas ciladas no rio, as quais faziam a nado, arrebentando de certos passos com grita e urros, e faziam outros jogos e festas n’água a seu modo mui graciosos, umas vezes dentro da canoa, outras mergulhando por baixo, e saindo em terra todos com as mãos levantadas diziam: “Louvado seja Deus Cristo: vinham tomar a benção do padre (...)”

De tradição indígena ficou no brasileiro o gosto pelos jogos e brinquedos imitando animais. Diz Freyre (1963, p; 14), que o próprio jogo do bicho, tão popular no Brasil, tem suas origens neste resíduo animista e totêmico da cultura indígena, reforçado, posteriormente, pela africana.


Cascudo (1958, p. 83), ao comentar a presença do elemento indígena nas brincadeiras do menino brasileiro, afirma que em qualquer registro dos séculos XVI e XVII, sabe-se que os meninos indígenas brincavam, logo cedo, com arcos, flechas, tacapes, propulsores; enfim, o arsenal guerreiro dos pais. O divertimento natural era imitar gente grande, caçando pequenos animais, abatendo aves menores, tentando pescar. É que tais brincadeiras não eram mero passatempo como entre os meninos brancos, mas permaneciam no limiar do trabalho ou na tarefa educativa de preparo para a vida adulta.


Durante os dois primeiros anos, a criança fica permanentemente sob os cuidados da mãe ou avó, descansando na faixa de
algodão amarrada às costas da mãe. Nesta posição ela recebe o alimento e acompanha sua mãe em todos os lugares: de manhã e
à tarde é banhada no rio; durante a manhã acompanha a mãe na plantação, e até a bailes, dormindo dentro da faixa. A vida da criança transcorre sem violência. Não há serviçais. A vida do grupo estimula a cooperação e a solidariedade. Quando uma das crianças ganha um pedaço de chocolate, imediatamente divide-o com outras, mostrando a assimilação de tais valores. A tranqüilidade das crianças e a ausência de brigas são também reflexos do modo de vida dos índios, que jamais alteram a voz
ou fazem recriminações.
Mulher Kulina carregando filho nas
costas, no trabalho de coleta

Brincando, as crianças índias aprendem diversas atividades do cotidiano.
Koch-Grünberg (1976, p. 135 a 177) relata que o primeiro brinquedo do menino é o chocalho de casca de frutas ou unhas de veado que se amarra a uma boneca. Tão logo passa a engatinhar, brinca no chão com pedrinhas ou pedacinhos de madeira, cava a areia e às vezes põe na boca um punhado de areia e se diverte com um inseto amarrado a um fio. Como todas as crianças, os índios gostam de brincar com animais e insetos.

Pouco depois, quando já anda, ele participa, à sua maneira, da vida circundante. Koch-Grünberg relata ter visto um indiozinho de poucos anos de idade brincar de montar a cavalo em seu irmão maior. Os meninos de mais idade rodam pião.


Entre os taulipáng são encontrados piões que zunem, elaborados em forma graciosa, com uma pequena totuma (fruto) redonda e oca, com uma abertura mais ou menos redonda de um lado. Em ângulo reto é atravessado por um palito de madeira, duro e vermelho, que é fixado com um pouco de cera negra.
Variantes de totuma como as que fazem zumbidos não funcionam com cordão. No alto do Rio Negro, são giradas com as duas mãos, em área plana, produzindo um som opaco.

Outro brinquedo para meninos é uma matraca, confeccionada com um disco de totuma, com muitas concavidades na borda e uma cavidade no centro, por onde passa um fio, unido nas extremidades. O movimento de virar e esticar o fio produz um ronronar que diverte os meninos.
Entre os wapischana, Grünberg encontra um brinquedo também presente no alto do Rio Negro, no Amazonas. Trata-se de uma pequena mangueira, trançada elasticamente, como uma prensa para mandioca (tipiti). Aberta por um lado, a outra extremidade desemboca em um aro trançado e a ele ligado. Quando se põe o dedo na abertura e se estica a mangueira pelo aro, esta se contrai e o dedo fica enroscado no trançado. O dedo só fica livre quando a mangueira se dilata.

Ainda para se divertir, os meninos taulipáng sopram sobre uma folha dobrada, tal como fazem os caçadores para atrair veados. Outro jogo observado entre eles é o enigma. Um pedaço de cana cortado de modo artístico, em três partes independentes, e que somente com muita força se pode separá-las.


Grünberg observa entre eles o jogo do fio, hoje conhecido também por cama-de-gato e presente até hoje no rol de jogos tradicionais infantis do Brasil. Muitas vezes as crianças recorrem aos outros para desenroscar os fios ou para tirar um dedo e passar para o outro. Os distintos desenhos que fazem têm todos denominações, lembrando objetos, animais e situações de seu cotidiano. Entre os taulipáng, o autor vê jogos de fios representando: raízes da palmeira paschiuba, entrada da casa, mandíbula de macaco e espelho. Nesta comunidade, apenas as meninas brincam com esta modalidade de jogo.
Em cima: "pé de ema", em baixo: "casa"

Herbert Baldus (1970, p. 409) observa, também, o jogo de fio entre os tapirapé, tribo tupi, residente no Brasil central, denominado inimá paravuy. Consiste em formar uma multiplicidade de figuras com um fio de algodão. Os xamacóco do Chaco fazem o mesmo jogo, utilizando o polegar do pé os dentes. Entre eles, o jogo do fio não fica restrito às crianças, mas é praticado por todos, meninos, meninas e até adultos. É interessante observar como cada comunidade tem, juntamente com os jogos, crenças que os acompanham.
Kissemberth (apud Baldus, 1970, p. 409) observa, em 1909, que vinte figuras foram formadas com o fio, entre os Karajás, e que três das quais são peculiares aos tapirapé. Entre essas figuras estão: tamanduá-bandeira, urubu, libélula, morcego, arraia, piranha, pacu, tucunaré, socó, outro socó sentado no galho com um cipó atrás de si, mandioca, pilão, rede de dormir, flecha, cabana, vigamento de casa, poça seca, lua, céu estrelado, mulher e coito. Esta última figura, de feitio móvel, é reproduzida pela mulher de kamirahó, provocando risos do marido, crianças e dela mesma, mas de forma bastante natural, mostrando o pouco preconceito existente na comunidade com relação às atividades sexuais. Fato que permite aos índios um cruzamento rápido com os primeiros colonizadores portugueses. Os xamacóco formam figuras variadas a que dão nomes de emas, ovo de ema, carnaúba, dois homens em cima de uma palmeira, dois homens em cima de uma algarobeira, morro, rastos de onça, piranha, cama de tronco e lua nascente.

Os jogos infantis de algumas populações de zona rural não apresentam o espírito de competição que caracteriza as crianças de zona urbana (Garcia, 1981, p. 193). Mesmo entre os adultos, não há competição, nas situações de jogo. Baldus (1970, p. 409) comenta a ausência desse comportamento nas corridas dois a dois, na festa indígena denominada apachirá. Apesar do esforço manifesto pelos participantes, após o término da contenda, há apenas uma troca de sorrisos, típica dos jogos de movimento.

Os meninos tapirapés gostam de fazer correr uma argola de tamankurá, com auxílio de um bastão. Assim, vão de um lado para outro, sem nunca, porém, lhes ocorrer fazer uma competição ou brincar de arremessar a argola e apanhá-la no ar.

Del Priore (1991, p. 20) observa, também a presença dessa brincadeira de rodar argolinhas entre os indígenas catequizados pela Companhia de Jesus, em 1550, no Brasil.

Brincar com aro parece ser um jogo bastante antigo. D’Allemagne cita a presença dos aros em atividades relacionadas às festas, acrobacias e ginásticas de adultos. Além dos aros servirem para corridas, os antigos conhecem seu emprego como acessórios de concursos de força e de habilidade.

No Banquete, de Xénephon, é encontrada uma descrição típica desse exercício:
Eu vejo, diz Sócrates (cap II), uma criança com arcos e começa a expectativa. Logo que a flauta se põe a tocar música, a pessoa que se coloca perto da dançarina lhe passa 12 aros. Ela as toma e se põe a dançar ao mesmo tempo que joga ao ar, imprimindo um movimento de rotação e calculando a força com aquela que dança para receber em cadência...

O emprego dos aros, nos exercícios de ginástica e nos torneios de força, aparece na maioria das gravuras do século 16, representando jogos públicos.

São muito apreciados pelos indígenas jogos de grupos imitando animais. Entre os preferidos estão, segundo Koch-Grünberg (1979, p. 138-139):

1. Jogo de Gavião
2. Jogo do Jaguar
3. Jogo do Peixe Pacu
4. Jogo do Jacami
5. O Jogo dos Patos Marreca “wawin”
6. Jogo do Casamento
Os vários jogos envolvendo figuras de animais, sempre colocando em oposição grupos ou elementos – enfim, jogos que envolvem o pegador – incluem sempre a imitação dos gestos, dos movimentos, cantos e grunhidos dos animais ou aves.
Muito semelhante ao jogo do jaguar, há um brincado na região central de Mato Grosso, descrito por Alexandre Moraes de Mello, em Jogos Populares Infantis como Recurso Pedagógico de Educação Física, publicado em 1985. Ali, ele descreve a brincadeira denominada gavião e os pintinhos, ou também chamada galinha e o gavião.
(Veja Jogos de Perseguição)


Há ainda, entre os jogos indígenas, segundo relato de Paul Ehrenreich (1948, p. 65), os das tribos karajá, do Rio Araguaia, na região do Estado de Goiás, região Centro Oeste do Brasil. Nessa tribo também predomina a imitação de atividades dos adultos nos jogos de arco e flecha, na pesca e nos trabalhos domésticos. Entre os brinquedos, há a produção de figuras de argila, piões, canoas, remos e vasilhames de cozinha.
Menino Juruna com arco e flecha

Um jogo bastante apreciado, inclusive pelos adultos, é a peteca, feita com palha de milho e o miolo em forma de argola, e também o jogo do fio.
Uma constante que permanece nas brincadeiras é a predileção dos curumins pela imitação de pássaros e animais.





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Jogos Infantis / Tizuko Morchida Kishimoto – Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
Curumim yanomami: foto de Leonide Principe, publicada por Amazon Multimedia Stock.
Menina Marubo: foto de Renato Soares, publicada em Brasil Indigena 500 Anos de Resistência / Bendito Prezia, Eduardo Hoornaert. - São Paulo: FTP, 2000.
Meninos Tukano: foto de Hélio Nobre, publicada no calendário 2003 do Ideti (Instituto de desenvolvimento das tradições Indígenas).
Mulher Kulina: foto de Heiner heine, publicada em Brasil Indigena 500 Anos de Resistência / Bendito Prezia, Eduardo Hoornaert. - São Paulo: FTP, 2000.
Cama de Gato: Ilustração de Hamilton Botelho Malhano para o Dicionário do Artesanato Indígena / Berta G. Ribeiro. - Belo Horizonte: Editora Itatiaia Ltda, 1988.
Pião: foto de Angelo Zucconi - Coleção do autor.
Tipiti: foto de Angelo Zucconi - Coleção do autor.

Jogo sobre o Japão

Jogo sobre o Japão
Bloco de Conteúdo
História

Conteúdo
Deslocamentos Populacionais

Objetivos
Conhecer as influências da vinda dos japoneses ao Brasil.

Conteúdos específicos
Imigração japonesa.
Cultura e costumes do Japão.

Ano
4o ou 5o

Tempo estimado
3 meses

Material necessário
Papel cartonado, tesoura, lápis e borracha, livros e outras publicações sobre o Japão. Sugestões: Por Dentro do Japão: Cultura e Costumes, Ed. Japan Travel Bureau; Guia de Cultura Japonesa, Ed. JBC, Japão: Guia Visual, Publifolha, A Descoberta do Japão, Ed. Estampa, revistas Made in Japan e Nipponica.


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Reportagem

O Japão é aqui
Desenvolvimento
1ª etapa Para verificar o que a turma já sabe sobre o assunto, monte uma roda de conversa a respeito da cultura japonesa. Pergunte quais são as influências mais marcantes dos imigrantes que vieram ao Brasil. Depois, combine com o grupo uma pesquisa nas publicações sobre o Japão informe que isso vai servir para vocês montarem um jogo de perguntas e respostas. Direcione a pesquisa sugerindo algumas áreas: por exemplo, costumes, arte, lazer, tecnologia, história, esportes, variedades e curiosidades. Distribua os livros e peça às crianças que pesquisem em outras fontes em casa.

2ª etapa Peça aos alunos para pesquisar exemplos de jogos do tipo pergunta e resposta em lojas de brinquedos, brinquedotecas e sites de fabricantes. Traga também exemplos para a classe e circule o material pesquisado pelos alunos, explicando como funcionam esses jogos.

3ª etapa Hora de construir o jogo. De acordo com a pesquisa, delimite categorias sobre a cultura japonesa você pode usar as mesmas categorias em que sugeriu que os alunos fizessem a pesquisa. Entregue cada uma delas a um grupo da classe. Os alunos deverão confeccionar as cartas em material cartonado, colocando o texto em uma das faces, com a resposta de ponta-cabeça abaixo da pergunta. É possível criar desafios de múltipla escolha, como:
Os integrantes da primeira geração de imigrantes se chamam:
a-) Nisseis.
b-) Isseis.
c-) Sanseis.
d-) Decasséguis
Resposta: B

Ou questões com uma única resposta, por exemplo:
Qual é o nome do tradicional poema curto de 17 sílabas muito apreciado no Japão?
Resposta: Haikai.

4ª etapa Embaralhe todas as cartas prontas, divida novamente a turma em grupos e combinem como será o sistema de pontuação as perguntas de resposta aberta podem valer mais, por exemplo. Alternadamente, cada equipe fará perguntas às demais. Aproveite para contar curiosidades sobre as respostas dadas.

Produto final
Jogo de perguntas e respostas.

Avaliação
Observe a participação dos alunos no levantamento do conteúdo, nas entrevistas, na transposição das informações coletadas para a situação de jogo, na elaboração das perguntas e alternativas de respostas (verifique se as escolhas indicam entendimento do assunto tratado, se não trazem alternativas absurdas etc.), o envolvimento do grupo com o tema.

Consultoria: Adriana Klisys
Consultora de educação e coordenadora da Caleidoscópio Brincadeira e Arte.
Comente

A origem da nossa cidade

A origem da nossa cidade
Bloco de Conteúdo
História

Conteúdo
Org. Políticas e Administrações Urbanas

Objetivos
Compreender como se organizam política e administrativamente as cidades;
Entender como as cidades surgiram no período colonial.

Conteúdos específicos
Surgimento das cidades no período colonial;
Casas de câmara, cadeia e pelourinho;
Organização político-administrativa das cidades.

Ano
4º e 5º anos

Tempo Estimado
Um mês

Material necessário
Mapa político do Brasil;
Mapa político do estado onde reside, dividido em municípios;
Cartolina ou papel kraft;
Placas de isopor;
Caixas de papelão: pasta de dente, sabonete, sapato, remédio, etc e outros materiais recicláveis como garrafas e tampinhas plásticas, revistas e jornais velhos, etc;
Cola / tesoura;
Canetinha colorida / tinta guache;
Livros e sites sobre o período colonial e o surgimento das cidades.

Desenvolvimento
1ª etapa Comece mostrando aos alunos o mapa político do Brasil para que eles conheçam os estados que compõem nosso país. É importante que as crianças manuseiem o mapa e localizem o estado onde moram.

A seguir, mostre o mapa político do estado onde reside, dividido em municípios, e pergunte às crianças como elas acham que surgiram as cidades e como foram divididas daquela forma. Anote as respostas em uma cartolina ou papel kraft.

2ª etapa Faça uma pesquisa na internet e selecione livros sobre o período colonial: as vilas e os povoados, o papel das casas de câmara e cadeia e o pelourinho, o surgimento das vilas e, posteriormente, das cidades. Leve esse material para a sala de aula e deixe que as crianças manuseiem e procurem verificar se as hipóteses da etapa anterior são verdadeiras.

3ª etapa Juntamente com os alunos, escreva um texto coletivo que aborde todas as questões observadas na aula anterior. Avise aos alunos que esse texto não será finalizado nesse momento, mas terá um complemento a ser produzido sobre a cidade em que vivem.

4ª etapa Proponha aos alunos o levantamento de informações sobre a origem e organização da própria cidade. Esse levantamento pode ser feito em museus locais, por meio de entrevistas com idosos que vivem na cidade e por meio de visitas a órgãos públicos como a câmara dos vereadores ou a prefeitura. Se possível for, organize uma entrevista com um dos vereadores da casa. Não esqueça de pedir ao alunos que levem blocos e pranchetas para anotar

Oriente a turma para que pergunte ao vereador sobre a forma de organização da cidade, o trabalho de um vereador, do prefeito, da necessidade de sub-prefeituras para a melhor organização do governo e outras questões que queiram fazer relacionadas ao tema.

5ª etapa Para encerrar o trabalho, proponha aos alunos que continuem a escrita do texto com as informações levantadas.

Produto final
Proponha aos alunos a confecção, em grupos, de uma maquete que terá como tema “O surgimento das cidades”. As crianças podem montar as vilas e povoados, representar a população que lá vivia, as casas de câmara e cadeia e o pelourinho. A maquete pode ser construída com material reciclável trazido pelas crianças ou doados pela comunidade local.

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA
Cidades Brasileiras – do passado ao presente, Rosicler Martins Rodrigues. Ed. Moderna.
Paula de São Paulo, Mariângela Bueno/Sônia Dreyfuss - Ed. Callis.

Internet Para mais informações sobre o período colonial, visite o site www.suapesquisa.com/colonia.

Sugestão de visita O Parque Cultural Vila de São Vicente é uma boa opção para quem mora próximo ao litoral sul de São Paulo. O parque reproduz imagens históricas, usos e costumes da Primeira Vila do Brasil, instalada em São Vicente no século XVI, por meio de instrumentos como teatro de bonecos, Museu da Encenação, pelourinho, entre outros.
Consultor: Álvaro Giansanti
Professor de História

Evolução : a ideia que revolucionou o sentido da vida

Evolução: a ideia que revolucionou o sentido da vida
Ao afirmar que todos os seres vivos descendem de um mesmo ancestral comum e que a vida na Terra surgiu há milhões de anos, Charles Darwin lançou as bases da Biologia moderna e mudou nossa forma de ver o mundo
. Colaboraram Bianca Bibiano e Rodrigo Ratier


Clique na imagem para ver o infográfico ou aqui para baixar o arquivo PDF"É bastante concebível que um naturalista, refletindo sobre as afinidades mútuas dos seres orgânicos, suas relações embrionárias, sua distribuição geográfica, sucessão geológica e outros fatos similares, chegasse à conclusão de que cada espécie não fora criada independentemente, mas se originara... de outra espécie." Assim, Charles Darwin (1809-1882) mostrou, na introdução de A Origem das Espécies, o raciocínio que o levou a formular a Teoria da Evolução por meio da seleção natural. Em 2009, quando se comemoram os 150 anos da publicação do livro (e o bicentenário de nascimento do pesquisador inglês), sua obra continua uma das mais importantes da história do pensamento humano. "Com esse estudo, Darwin inaugurou a Biologia moderna e o evolucionismo passa a ser um conceito central da área", afirma Charbel El-Hani, professor de História da Ciência do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor em Educação. "A Teoria da Evolução é parte importante do legado cultural da humanidade, pois ela altera o jeito como enxergamos a natureza. E a escola tem o dever de transmitir esse saber a todos os seus alunos", completa El-Hani.

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Mendel e Darwin
A razão é simples. Cientes dessa visão, crianças e jovens conseguem estabelecer relações entre os diversos conteúdos que, fragmentados, não resultam numa compreensão ampla do mundo. Em seu livro - produto de quase 28 anos de pesquisa bibliográfica e de campo -, Darwin se dispôs a responder a uma das questões que havia muito despertava a curiosidade de estudiosos: qual a origem da vida, do homem e da natureza? Baseado em evidências observadas em diversas regiões do globo e apoiado nas ideias de outros pensadores, ele criou uma fronteira na ciência. Seu grande diferencial foi defender que as questões naturais devem ser compreendidas por meio de processos da natureza, dissociando o pensamento científico do religioso. Um passo e tanto. Na época, a hipótese vigente sobre a origem da vida era a descrita na Bíblia, e mesmo boa parte da comunidade científica se limitava a explicar a diversidade de espécies como o produto da ação de um designer inteligente e divino.




Clique na imagem para ver o infográfico ou aqui para baixar o arquivo PDFSegundo a teoria de Darwin, tanto os organismos vivos como os que encontrou fossilizados se originavam de um único ancestral comum e se transformavam ao longo do tempo. Semelhante a uma bactéria, esse primeiro ser vivo sofreu modificações até gerar toda a variedade de animais e plantas do planeta, seguindo um padrão evolutivo (que permanece ativo). Assim, o homem deixou de ser visto como um animal especial e mais evoluído para ser encarado como mais um ramo da grande árvore da vida. "Somos todos seres aparentados e em evolução, e cada população apresenta as características necessárias para se adaptar às condições do ambiente", afirma Diogo Meyer, professor de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).

O argumento de Darwin era tão irrefutável que o debate sobre a validade da teoria terminou menos de duas décadas após sua divulgação - mesmo batendo de frente com o dogma religioso. Sobre ele, Sigmund Freud (1856-1939), o pai da Psicanálise, escreveu: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro foi constatar que a Terra não é o centro do Universo. O segundo ocorreu quando a Biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à posição de mero descendente animal".

Os conceitos que nortearam a teoria do naturalista

De dezembro de 1831 a outubro de 1836, Darwin viajou em busca de subsídios que o ajudassem a entender a origem da vida. Na aventura, ele colocou em prática todos os passos do processo científico. Um dos pontos que observou foi a existência de espécies próprias em cada região - mas muitas delas, semelhantes, podiam viver em locais distantes. Nesses casos, apresentavam adaptações ao meio. Esse conceito de diversidade foi essencial para formular a teoria.

Fósseis que encontrou em toda a América do Sul complementaram a constatação das semelhanças entre as espécies. Porém havia uma nova variável: o tempo. Darwin estabeleceu a relação entre esses fragmentos e os animais vivos. Seria possível que eles fossem parentes extintos? Para ele, essa era uma concepção razoável, mas eram necessários grandes períodos para que ocorressem as transformações capazes de explicar a diversidade de espécies. E isso se chocava com a ideia vigente na época de que a Terra tinha apenas 6 mil anos.


Clique na imagem para ver o infográfico ou aqui para baixar o arquivo PDFContrariando esse dogma, o geólogo escocês Charles Lyell (1797-1875) publicou o livro Princípios da Geologia, sustentando que nosso planeta tinha muitos milhões de anos. Darwin leu a primeira edição durante a famosa viagem e refletiu: se isso for verdade, a teoria faz sentido. Nos Andes, ele vivenciou o que Lyell propunha. "Darwin estava cada vez mais convencido de que as alterações nas espécies da região haviam ocorrido muito tempo antes", conta Nelio Bizzo, professor da Faculdade de Educação da USP e autor de livros sobre o inglês. Além de se deparar com fósseis de animais extintos, ele constatou que montanhas se elevavam do nível do mar. Encontrou, assim, o segundo conceito base para sua teoria: o do tempo geológico.

A viagem durou ainda mais de um ano e Darwin continuou descobrindo evidências da evolução em diversos locais visitados, mas ainda havia pontos a ser respondidos. Ele sabia que o reconhecimento de um padrão evolutivo não bastava para segurar a teoria científica. Era necessário mostrar como as incontáveis espécies foram modificadas. E esse foi o seu pulo-do-gato.

Há uma grande guerra movendo a natureza

A resposta estava no que o naturalista chamou de seleção natural, algo que ocorreu a ele em 1838, após a leitura de Ensaio sobre a População, obra de 1798 do especialista em economia política Thomas Malthus (1766-1834). Nela, o autor argumenta que o contingente humano pode exceder o suprimento de alimentos e a competição por comida ou espaço controla a expansão das populações.

"Darwin projetou esse pensamento para seu trabalho e inferiu que a competição leva à dispersão de traços vantajosos, pois organismos mais adaptados sobrevivem e geram mais descendentes", conta Meyer. Ele usava os elefantes para aclarar esse raciocínio. A capacidade elevada de reprodução do animal - um filhote a cada dois ou três anos por até 50 anos - deixaria o mundo tomado pela espécie. Apesar do potencial, essa população não cresce descontroladamente. Por quê? Não há alimento suficiente para saciar todos. Tendo de competir entre si, só alguns sobrevivem e procriam. No entanto, isso não se dá por acaso. Saem-se melhor os que têm mais capacidade de obter recursos e esses são os que deixam mais filhos, que vão transmitir essa vantagem às futuras gerações.

"É um erro pensar que as espécies se adaptam ao ambiente. Os animais adaptados são os que herdaram características que garantem a sobrevivência", diz El-Hani. Um exemplo clássico para explicar isso é o da girafa. O pescoço dela não cresceu, ao longo dos tempos, para alcançar o alimento no alto. O que ocorreu foi a sobrevivência das que tinham o pescoço mais comprido.

Com base nesses três conceitos - diversidade, tempo geológico e seleção natural -, Darwin conseguiu provar que as populações de seres vivos estão em constante transformação. Ao defender a grandeza de sua teoria em A Origem das Espécies, ele resumiu: "De um início tão simples, infinitas formas, as mais belas e mais maravilhosas, evoluíram e continuam evoluindo".

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CONTATOS
Antonio Carlos Pavão
Charbel El-Hani
Diogo Meyer
Ildeu de Castro
Marilda Behrens
Nelio Bizzo
Silvia Moreira Goulart

BIBLIOGRAFIA
A Origem das Espécies, Charles Darwin, 640 págs., Ed. Martin Claret, tel. (11) 3672-8144, 18,90 reais
Aventuras e Descobertas de Darwin a Bordo do Beagle, Richard Keynes, 404 págs., Ed. Jorge Zahar, tel. (21) 2108-0808, 59 reais
Charles Darwin - Em um Futuro Não Tão Distante, Maria Isabel Landin e Cristiano Rangel Moreira (orgs.), 168 págs., Ed. Instituto Sangari, tel. (11) 3474-7500, 35 reais
Darwin - Do Telhado das Américas à Teoria da Evolução, Nelio Bizzo, 230 págs., Ed. Odysseus, tel. (11) 3816-0835, 22 reais
O Diário do Beagle, Charles Darwin, 526 págs., Ed. UFPR, tel. (41) 3360-7489, 60 reais
O Paradigma Emergente e a Prática Pedagógica, Marilda Behrens, 120 págs., Ed. Vozes, tel. (21) 2215-0110, 20,40 reais
Para Compreender a Ciência: uma Perspectiva Histórica, Maria Amélia Andery, 436 págs., Ed. Educ, tel. (11) 3670-8558 (edição esgotada)
Vida: a Ciência da Biologia (vol. 3), William K. Purves e outros, 480 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 99 reais
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